O Município de Seia inaugurou hoje (9 de setembro) a mais recente rota da rede de percursos do concelho de Seia: a Rota do Rio Seia.
A abertura do percurso no vale do rio Seia foi assinalada com um percurso interpretativo e uma cerimónia, no Açude do Pífaro, presidida pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, e pelo presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro.
Na ocasião, o edil senense falou do longo caminho percorrido neste processo de revitalização das margens do rio Seia para fruição turística, “uma opção estratégica do Municipio de Seia, iniciada há alguns anos com a valorização dos caminhos pedestres e dos espaços tradicionais para usufruto da população enquanto espaços de lazer.”
A intervenção no vale do rio Seia surgiu na sequência dos incêndios de 2017, com a recuperação da galeria ripícola. Seguiu-se uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural – PDR 2020, destinado à dinamização das aldeias, através da criação do atual circuito pedestre e ciclável, explicou Luciano Ribeiro.
A rota assenta, sobretudo, em caminhos já existentes, “interligando as canadas, os caminhos tradicionais” e, onde tal não foi possível, foram construídos pequenos troços de passadiços e uma ponte fixa, “para tornar este circuito mais acessível, sempre ligado ao que mais interessa que são as pessoas mais próximas ao rio”, referiu Luciano Ribeiro.
O autarca de Seia falou de um investimento total de 277 mil euros (valores sem iva), financiado em 80% pelo PDR 2020, respeitante a 150 mil euros, tendo contado nesta última fase com o apoio de 80 mil euros do Fundo de Emergência Municipal, para suportar os danos num dos passadiços, causados pelo incêndio florestal de 2022. Os restantes valores advêm do orçamento municipal.
O presidente da Câmara na sua intervenção anunciou, ainda, a continuidade do percurso, do açude do Pífaro até ao limite do concelho vizinho, fundamentada na aprovação de uma candidatura que, numa fase inicial terá como enfoque a recuperação das galerias ripícolas nesta área. “A missão do Município é acompanhar no desidrato a vontade da população, na valorização do que de melhor temos nas nossas terras”, rematou.
O Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, enalteceu as parcerias estabelecidas, referindo que “o processo de descentralização de competências é um processo de partilha de poder e de fazer com que todos sejamos parceiros em benefícios das pessoas”. Valorizou, igualmente, a beleza do percurso e a sua funcionalidade, aluindo ao facto de servir e passar nas povoações, um “convite para a vivência destes territórios”. Considerou “o troço muito bem desenhado”, por equilibrar “bem as valências para o turismo”.
A Rota do Rio Seia apresenta uma extensão total de 15,6 quilómetros, e pode ser realizada a pé ou de bicicleta. O percurso tem início no centro de Seia e faz a ligação entre as diversas aldeias historicamente ligadas ao rio, entre as aldeias de Santiago, Folgosa do Salvador, Santa Comba, Sameice e Pereiro, com términus na aldeia de Vila Verde.
No trajeto, rico em flora e fauna e uma vegetação ripícola luxuriante, sobressaem vários pontos de interesse, como moinhos, açudes, levadas, pontes, miradouros, rebanhos e pastagens.
À saída de Seia, o trajeto percorre uma área da ribeira de Maceira, em direção à Folgosa do salvador. Nesta aldeia, numa ponte filipina, o percurso cruza o rio, rumando a Sameice, enquanto uma derivação conduz ao Centro de BTT de Seia e à aldeia de Santa Comba.
De Sameice, o trilho desce à ponte do Pereiro, onde uma nova derivação dá acesso à vertente norte do vale e ao Pereiro. A jusante da ponte, o rio corre num canhão fluvial, enquadrado por afloramentos graníticos, formando um dos cenários mais emblemáticos da rota. Daqui o caminho segue até ao açude do Pífaro e a Vila Verde, onde termina.
A rota do Rio Seia integra agora a rede municipal de percursos pedestres – Caminhos de Montanha, com a designação PR16 SEI, conjunto de itinerários que oferecem mais de 200 km de possibilidades de descobrir o território.