Município Evoca Vida e Obra de Avelino Cunhal

15 a 29 Jan

cultura

O Município de Seia, através da sua Biblioteca Municipal, promove durante o mês de janeiro vários momentos evocativos da vida e obra do artista e escritor senense Avelino Cunhal.

O primeiro momento integra a Exposição Itinerante “16 Bibliotecas, 16 Autores”, que apresenta Avelino Cunhal no universo das bibliotecas da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), patente na praça do Município, de 15 de janeiro a 5 de fevereiro.

A exposição itinerante é organizada pela Rede de Bibliotecas Escolares da CIMBSE, teve início em maio de 2021 e percorre todos os concelhos da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela até ao verão de 2022.

Em memória do senense, pai de Álvaro Cunhal, e pela relevância cultural e informativa, o Município vai reeditar o livro “Senalonga”, obra escrita por Avelino Cunhal, com ilustrações de Miguel Flávio.

O Senalonga: pequenas histórias de uma vila em 1900, editado em 1965, romance de estilo satírico, merece atenta análise pelo novo que essa escrita imprime na desmontagem de uma realidade rural, que era tudo menos plácida e ingénua.

A mordacidade cósmica da escrita de Avelino Cunhal denuncia em Senalonga, com desarmante humor, os peralvilhos, os oportunistas e os demagogos de todos os quilates. O conto sobre a inauguração de um urinol público é paradigma dessa argúcia.

A reedição do livro é apresentada no dia 22 de janeiro (às 16h), a que se seguirá a abertura da exposição “Avelino Cunhal, um Artista do Neorealismo”, aberta ao público na Biblioteca Municipal de Seia até 1 de março.

No fim do mês, a 29 de janeiro, o CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela acolhe as II Jornadas da Associação Patrimónios da Estrela, que serão dedicadas a Avelino Cunhal.

Avelino Henriques da Costa Cunhal nasceu em Seia, a 28 de outubro de 1887, e faleceu em Lisboa, a 19 de fevereiro de 1966. Formou-se em Direito, foi Administrador do Concelho de Seia (1917) e Governador Civil do distrito da Guarda (1922).

Em 1924 foi para Lisboa, onde exerceu advocacia, destacando-se como advogado nos tribunais fascistas na defesa de inúmeros presos políticos, acusados pela ditadura de crimes de subversão contra o regime.

Foi colaborador das revistas Vértice, Seara Nova e O Diabo. Foi, ainda, dramaturgo, tendo escrito várias peças neorrealistas, sob o pseudónimo de Pedro Serôdio. Os seus trabalhos tinham claras intenções de intervenção social, pelo que foram alvo de censura, por vezes com a própria detenção do autor.