Os secretários de Estado da Inovação e Modernização Administrativa, Fátima Fonseca, e da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, visitaram esta manhã (14 de dezembro), o Viveiro Florestal da Portela do Arão.
A visita prendeu-se com a reabilitação, em curso, dos Viveiros Florestais de Seia e Gouveia, desenvolvida no âmbito do projeto “Floresta Viva” do OPP 2018 – Orçamento Participativo de Portugal, submetido pelos senenses Paulo Caetano e Vânea Garcia, tendo em vista a reativação dos viveiros para produção de plantas e desenvolvimento de ações de educação ambiental.
Na abertura da sessão, o Presidente da Câmara Municipal de Seia, Luciano Ribeiro, evidenciou os trabalhos executados nos viveiros, dizendo que estão criadas as condições para que o espaço possa ser dinamizado, nas dimensões produtiva e pedagógica.
Luciano Ribeiro referiu que a dinamização do viveiro compreenderá uma vertente de educação ambiental, num prolongamento do trabalho de campo daquilo que o Centro de Interpretação da Serra da Estrela já faz, e de produção de espécies autóctones, elencada à valorização da economia local, de que são exemplo o medronho, que poderá ocupar os socalcos mais pequenos.
A sessão contou, ainda, com a presença do presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF, Nuno Banza, que saudou o trabalho feito nos viveiros de Seia e de Gouveia e demonstrou apoio ao seu desenvolvimento, dizendo que estes espaços são indicados para a produção de plantas autóctones “que se vão espalhar” pelos territórios.
Posteriormente, Paulo Caetano apresentou o projeto “Floresta Viva”, a segunda proposta do OPP 2018 mais votada na região centro, e recordou que o projeto surgiu após os incêndios que atingiram a região nos dias 15 e 16 de outubro de 2017 e com a sua concretização “estão as condições criadas para que se passe a mensagem nas escolas de quanto é importante preservar o ambiente”.
Hugo Teixeira, do Gabinete Florestal do Município de Gouveia, apresentou a requalificação efetuada nos viveiros de Folgosinho e as futuras ações que ali se irão desenvolver.
Na sessão, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, referiu que o país precisa de “espaços como estes”, pelo papel na preservação do património genético de plantas autóctones, “espécies mais bem adaptadas e resilientes aos incêndios e alterações climáticas”. Adiantou, a este respeito, que o ICNF vai requalificar os viveiros de Malcata, Amarante, Alcácer do Sal e Montegordo, para produção de espécies autóctones.
Por sua vez, a secretária de Estado da Inovação e Modernização Administrativa, Fátima Fonseca, lembrou que os Orçamentos Participativos não são um episódio e que os governantes “estão cientes que é preciso governar de forma diferente, “complementar a democracia com as pessoas que vivem nos territórios”. Os orçamentos participativos tiveram sucesso nisso, pois as “pessoas puderam escolher o que é mais significativo para o seu território”. Relativamente à execução, a governante adiantou que “neste momento 90% dos projetos estão integralmente executados ou em fase de conclusão. Os outros 10% estão prestes a arrancar”.
Construídos na década de 60 e em funcionamento até meados da década de 90, a reabilitação do Viveiro Florestal da Portela do Arão englobou um investimento na ordem de 80 mil euros, suportados em 68 mil pelo OPP 2018, e o remanescente pelo Município.
Os trabalhos executados pela autarquia senense, no âmbito do protocolado com o ICNF, contemplaram a limpeza do espaço, lavoura de toda a área do viveiro (com 2,6 ha), a instalação de vedação, a colocação de estufas e de uma casa abrigo (estrutura de apoio), limpeza e instalação de sistema de rega.